Com cuidado, mas sem receio...

O jornal Valor Econômico de ontem trouxe uma entrevista de uma página com João Carlos Ferraz, Diretor de Planejamento do BNDES, falando sobre crise, 2008 e 2009. Seguem os highlights:

- "o corpo estendido no chão da crise foi o Lehman Brothers. E o Lehman Brothers é visto como o erro fatal. O governo americano não deveria ter deixado acontecer. Houve quebra de expectativa e todo mundo travou."

- "as empresas brasileiras e o consumidor brasileiro aprenderam a viver com incerteza. Isto é um ativo que nós temos em relação aos demais países."

- "há consenso que o Brasil deverá ser uma das economias menos afetadas nesta turbulência."

Estamos testemunhando, na vida real, o princípio do "tipping point" (o ponto da virada), que já falamos aqui. A quebra do Lehman Brothers foi o "tipping point" que desencadeou uma cadeia de consequências e expectativas neste plano e globalizado mundo em que vivemos.

Mas será que essa cadeia de expectativas pode ser rompida? Pode.. Como disse Gustavo Loyola, ao falar sobre a boa oportunidade que o Brasil tem com esta crise internacional: "uma coisa é o carro parar por falta de gasolina. Bem diferente é parar por um defeito no motor"... (Brasil versus Estados Unidos)

Alessandro Teixeira, presidente da Apex, também tem uma visão positiva: "não entendo de onde vêm os cálculos do mercado de queda de exportações", diz ele, prevendo uma alta de 3% em 2009 em relação a 2008, ao contrário dos analistas que prevêem queda de 15%.

O problema, parece, não é a falta de demanda, mas a dificuldade dos clientes em encontrar financiamento e, principalmente, o receio pelo endividamento. "Na dúvida, não faça", certo? Neste caso, este pode ser exatamente um ótimo momento para ajudarmos os nossos clientes a "fazer agora", ao demonstrar "concretamente" (métricas e proposta) como eles poderão se beneficiar da tecnologia e do conhecimento que provemos... Com cuidado, mas sem receio...