"Quando se trabalha muito na teoria, corre-se o risco de transformar [esse trabalho] numa religião. Os sofistas eram gente que "formatavam" ("kit de respostas") os outros na Grécia. Até vir Sócrates, que muda isso com a "formação" (uso de perguntas), ao invés da "formatação"."
Quem está falando é Jean Bartoli, professor e consultor francês que há muito mora no Brasil, um permanente estudioso da natureza, cultura e aventura humana, com quem conversei por apenas alguns minutos há 2 semanas.
"A existência humana é: natureza -> cultura -> aventura. Do lado da natureza, se procuram as respostas através da filosofia, sociologia, psicologia.. Do lado da aventura, estão os problemas e o romance.. Compartimentamos muito as nossas vidas e visões, quando, na verdade, o processo intelectual não é acumulativo, mas, sim, despojado e deve ser capaz de separar o que é importante do que não é. E hoje é urgente a necessidade de estabelecer/restabelecer pontes", vai despejando Bartoli para um pequeno grupo atento. Pena que a evocação é então descontinuada e é iniciada uma discussão entre os presentes sobre um tema menor. Um compromisso me espera e deixo a sala levando o que é importante "by Bartoli": viver é a capacidade de gerar imprevisibilidade, pontos de criação que escapam a sínteses pré-definidas.
Penso no professor chileno Ernesto Schiefelbein, que confirma que a criativídade está na base da investigação científica, mas que aponta que esta criatividade é muito mais do que a "improvisação" a que é comumente associada.
Lembro também da denúncia que Schiefelbein faz ao comentar que os nossos estudantes estão aprendendo pela "fé" e não pela própria experiência e pela razão (investigação científica). Exatamente como no tempo dos sofistas de Bartoli..
O que isso tem a ver com o que nós fazemos? Como as célebres pontes de Paris e do Recife que permitem a comunicação e o trânsito entre pedaços cortados de terra, tudo está relacionado! Somos formatados ou formados? Formatamos ou formamos nossos subordinados (e filhos)? Agimos pela fé ou pela razão? Exigimos que os nossos clientes comprem de nós pela fé (pelo que dizemos) ou pela razão (pelo que comprovamos)?
Quem está falando é Jean Bartoli, professor e consultor francês que há muito mora no Brasil, um permanente estudioso da natureza, cultura e aventura humana, com quem conversei por apenas alguns minutos há 2 semanas.
"A existência humana é: natureza -> cultura -> aventura. Do lado da natureza, se procuram as respostas através da filosofia, sociologia, psicologia.. Do lado da aventura, estão os problemas e o romance.. Compartimentamos muito as nossas vidas e visões, quando, na verdade, o processo intelectual não é acumulativo, mas, sim, despojado e deve ser capaz de separar o que é importante do que não é. E hoje é urgente a necessidade de estabelecer/restabelecer pontes", vai despejando Bartoli para um pequeno grupo atento. Pena que a evocação é então descontinuada e é iniciada uma discussão entre os presentes sobre um tema menor. Um compromisso me espera e deixo a sala levando o que é importante "by Bartoli": viver é a capacidade de gerar imprevisibilidade, pontos de criação que escapam a sínteses pré-definidas.
Penso no professor chileno Ernesto Schiefelbein, que confirma que a criativídade está na base da investigação científica, mas que aponta que esta criatividade é muito mais do que a "improvisação" a que é comumente associada.
Lembro também da denúncia que Schiefelbein faz ao comentar que os nossos estudantes estão aprendendo pela "fé" e não pela própria experiência e pela razão (investigação científica). Exatamente como no tempo dos sofistas de Bartoli..
O que isso tem a ver com o que nós fazemos? Como as célebres pontes de Paris e do Recife que permitem a comunicação e o trânsito entre pedaços cortados de terra, tudo está relacionado! Somos formatados ou formados? Formatamos ou formamos nossos subordinados (e filhos)? Agimos pela fé ou pela razão? Exigimos que os nossos clientes comprem de nós pela fé (pelo que dizemos) ou pela razão (pelo que comprovamos)?