Analogia

Em coluna na revista Veja desta semana, Cláudio de Moura Castro fala que "os sistemas públicos ganhariam em qualidade se conseguissem criar um ambiente mais positivo e estimulante para os seus professores. Como a escola tem a cara do diretor, a sua escolha irresponsável arruína o ensino. Onde isso ocorre, os professores se sentem desvalorizados e manipulados pela burocracia."

Ou seja, liderados espelham seus líderes. E se frustram quando a imagem não é boa, nem reconhecida.

É assim também com vendedores em empresas privadas. As empresas têm "a cara" dos seus dirigentes.. Para o bem e para o mal... Competentes? Cercam-se de eficientes.. Prepotentes? A prepotência vem de cima e toma os níveis abaixo. Liderados espelham seus líderes...

Mas existem as exceções.. Existem aqueles que não se adaptam (para o bem ou não) e saem da empresa.. ou não saem, e perdem anos, desestimulados.. Existem também aqueles que reclamam, profetizam desastres, boicotam.. A lista é grande.. Mas, no final, a questão principal é a falta de espelhamento e reconhecimento.

Esse espelhamento, na realidade, não é a mera cópia: a imagem do espelho é exatamente parecida, mas é complementar à do líder. É o lado negativo (ou positivo) do que é mostrado. Equipes com imagens positivas, que se espelham e se complementam, auto-geram um clima de satisfação e entusiasmo no trabalho que é propício para terem sucesso no que fazem.

O maior problema no trabalho, seja este qual for, está ligado a relacionamento (e a comunicação, mas este extrapola o que estamos falando). Se o líder é bom, competente, sério, respeitado, acessível, preocupado com pessoas, processos e resultados, ótimo. Se não, se há problemas de relacionamento no trabalho e o líder não se preocupa em harmonizá-los, ou as pessoas que trabalham juntas não se admiram, ou não se gostam, ou não se suportam.. Nesta ordem.. Em ambientes assim, bastam 5 minutos para percebermos que algo não se encaixa..

Por isso mesmo, um líder positivo se preocupa em escolher muito bem (tudo começa na seleção) e integrar as pessoas com quem trabalha. A dinâmica de uma equipe integrada, onde cada um se preocupa em desatar os nós de interpretação dos outros (com a benção e incentivo do líder..), é rica, motivadora, gera riqueza, resultados..

Tal qual boa terra para plantar. É o que Cláudio Castro conclui, quando diz que salário de professor, apenas (importante esse "apenas"), não é o "x" do problema do ensino (público ou privado). Liderar com seriedade e entusiasmo e reconhecer as competências dos professores (ou dos vendedores, nesta nossa analogia), também é.