Relacionamentos são como o mar

Quando colocamos as nossas vontades e desejos completamente à frente das vontades e desejos dos outros (família, vizinhos, empresas, países..), estamos criando as condições para que eles façam o mesmo conosco no futuro.

Relacionamentos (pessoais, comerciais ou diplomáticos) podem ser simples ou complexos, mas, mesmo quando simples, não são fáceis. O que um deveria ser? E o outro? Como um deveria se portar? E o outro? O que é admissível? Quais são as expectativas? E em que momento particular cada um se encontra?

Relacionamentos são feitos de uma sucessão de encontros, bem ou mal sucedidos, e do sentimento, similar ou não, que as partes têm uma em relação à outra (bem-estar? confiança? esperança?). Uns entendem mais a chance de eventuais dificuldades nos seus próprios relacionamentos. Outros são mais impacientes e preferem uma sucessão de novos começos, jogando fora o passado e o presente acumulados.

"O mar é feito de gotas de água", dizia o Nobel da Paz Desmond Tutu.

Relacionamentos são como o mar. São acúmulos. Incontáveis gotas de água que, na maré baixa, são tranquilas e mansas, e nada parece ser exigido de nós. Na maré cheia, essas incontáveis gotas se tornam revoltas e, nas marés mais altas, provocam apreensão e medo.

Quem esquece a certeza que as marés cheias são sempre sucedidas pelas marés baixas, não usufrui da estabilidade de relacionamentos.. Sem confiança e esperança, vive a partir de vários e efêmeros começos...