Toda crítica é positiva

Já falamos sobre isso antes, mas é bom voltar à questão "crítica".

Uma crítica é um julgamento. Este julgamento pode ser construtivo ou hostil, dependendo da forma com que é feito, mais até do que o conteúdo do que é dito.

Se formos nós os críticos, a forma de criticar pode garantir a aceitação ou a rejeição da crítica pelo criticado. Esta forma, por sua vez, inclui a autenticidade e empatia no trato com as pessoas e a escolha acertada do "momento" da crítica. Algumas pessoas têem essa habilidade para mais, outras para menos.

Mas se formos nós os criticados (e é aí que o incômodo é maior..), o desprendimento atencioso é a melhor das nossas reações. Segundo Janet Malcolm, no livro "Psychoanalysis: the impossible profession", a mais original e radical descoberta de Freud foi  o fenômeno da "transferência", ou seja, a forma como nós todos inventamos a nós e aos outros de acordo com prévios planos ou cópias de vivências. Esperamos ser bem vistos e esperamos que os outros nos tratem bem por isso. Críticas nos lembram que podemos estar equivocados..

Por outro lado (em toda análise, há sempre mais de um lado...), críticas, das mais educadas às mais destemperadas, nos dão a chance de fazer melhor, de dedicar mais tempo/esforço (e alegria também!) na preparação e na prevenção de erros no que fazemos.

Lembrando Freud, "não há nada arbitrário ou fortuito ou acidental ou sem sentido no que fazemos". Críticas sempre existirão e temos de renunciar ao desejo de não conviver com elas. Pelo contrário, devemos recebê-las muito bem. Ser um bom crítico (quando a crítica é firme nos princípios e exige o re-trabalho do outro) e entender os porquês de uma crítica são claros sinais de nosso amadurecimento profissional e pessoal...