A primeira vez que ví um exemplar do livro Guerra e Paz, de Leo Tolstoy, foi na escrivaninha de leitura de minha mãe. Acho que eu tinha uns 10 anos e um livro como aquele, com mais de 1.300 páginas, título contraditório e com uma primeira publicação tão antiga (1868), certamente chamava a atenção...
Há algum tempo, comprei-o em nova tradução, e ontem terminei de lê-lo. O livro é um clássico da literatura russa e, apesar dos longos diálogos e das longas descrições do contexto onde os personagens se inserem, é uma fonte de reflexão sobre as causas e acasos das histórias de vaidades e sofrimentos de pessoas e nações.
Tolstoy usa essas histórias para refletir sobre qual é o significado e o sentimento de "glória" e se é "realmente necessário colocar milhares de vidas em risco, incluindo as dos próprios líderes, por causa da vaidade de outros"...
Guerra e Paz tem muito de estratégia militar - e de estratégia de negócios, em analogia.. Comandados que perdem batalhas por não terem o encorajamento do seus superiores e por terem de lidar com a frustração do atraso e do desconhecimento, são como associados de empresas (de software, como as nossas) que lidam com o sentimento de confusão, falta de inspiração e falta de prioridades para o atingimento de seus objetivos (uma pergunta bem simples aqui: qual é o seu objetivo concreto e pessoal dentro da sua empresa?).
A necessidade de concentração nas comunicações é a base da estratégia militar.. e fundamental em nossos negócios. A necessidade de ser "mais forte do que o inimigo num determinado momento" também..
Mas a crítica feita aos historiadores me pareceu ser o ponto alto do livro. Segundo Tolstoy, "a primeira coisa que a história faz é tomar uma série arbitrária de eventos contínuos e examiná-la separadamente, quando na verdade nenhum evento pode ter um começo distinto porque cada evento individual segue um fluxo sem quebras em continuidade do evento que o antecede." E "a segunda coisa que história faz é tratar as ações de uma única pessoa, rei ou comandante, como a soma total do desejo de todos os demais, quando na verdade a soma dos desejos de todos nunca se expressará nas ações de um único personagem histórico."
Circunstâncias nos restringem diariamente e não temos, muitas vezes, a consciência do significado total do que acontece no presente. Mas quantos personagens, históricos, políticos e empresariais, se julgam os responsáveis por glórias que são, na verdade, resultado contínuo de eventos passados? Muitos.. (por outro lado, quando fatos não se adequam aos seus interesses, são descartados ou considerados "não históricos"...)
"Todo conhecimento é simplesmente a essência da vida sob as leis da razão." Na guerra, a força de um exército é o produto de sua massa multiplicado pelo moral dos seus soldados. Nos momentos mais difíceis, a consolação surge da visão da memória (passado) e imaginação (futuro) e onde um vê fim outro pode ver início. Também nas empresas...
Há algum tempo, comprei-o em nova tradução, e ontem terminei de lê-lo. O livro é um clássico da literatura russa e, apesar dos longos diálogos e das longas descrições do contexto onde os personagens se inserem, é uma fonte de reflexão sobre as causas e acasos das histórias de vaidades e sofrimentos de pessoas e nações.
Tolstoy usa essas histórias para refletir sobre qual é o significado e o sentimento de "glória" e se é "realmente necessário colocar milhares de vidas em risco, incluindo as dos próprios líderes, por causa da vaidade de outros"...
Guerra e Paz tem muito de estratégia militar - e de estratégia de negócios, em analogia.. Comandados que perdem batalhas por não terem o encorajamento do seus superiores e por terem de lidar com a frustração do atraso e do desconhecimento, são como associados de empresas (de software, como as nossas) que lidam com o sentimento de confusão, falta de inspiração e falta de prioridades para o atingimento de seus objetivos (uma pergunta bem simples aqui: qual é o seu objetivo concreto e pessoal dentro da sua empresa?).
A necessidade de concentração nas comunicações é a base da estratégia militar.. e fundamental em nossos negócios. A necessidade de ser "mais forte do que o inimigo num determinado momento" também..
Mas a crítica feita aos historiadores me pareceu ser o ponto alto do livro. Segundo Tolstoy, "a primeira coisa que a história faz é tomar uma série arbitrária de eventos contínuos e examiná-la separadamente, quando na verdade nenhum evento pode ter um começo distinto porque cada evento individual segue um fluxo sem quebras em continuidade do evento que o antecede." E "a segunda coisa que história faz é tratar as ações de uma única pessoa, rei ou comandante, como a soma total do desejo de todos os demais, quando na verdade a soma dos desejos de todos nunca se expressará nas ações de um único personagem histórico."
Circunstâncias nos restringem diariamente e não temos, muitas vezes, a consciência do significado total do que acontece no presente. Mas quantos personagens, históricos, políticos e empresariais, se julgam os responsáveis por glórias que são, na verdade, resultado contínuo de eventos passados? Muitos.. (por outro lado, quando fatos não se adequam aos seus interesses, são descartados ou considerados "não históricos"...)
"Todo conhecimento é simplesmente a essência da vida sob as leis da razão." Na guerra, a força de um exército é o produto de sua massa multiplicado pelo moral dos seus soldados. Nos momentos mais difíceis, a consolação surge da visão da memória (passado) e imaginação (futuro) e onde um vê fim outro pode ver início. Também nas empresas...