Solte as travas...

Solte as travas. Este foi o primeiro pensamento que tive quando acordei hoje. Voltei do Peru (leu postagem?) na segunda, levei a terça como um dia normal, mas hoje, quarta, só conseguí acordar depois das 14 horas. E a sonoterapia natural, que veio depois de muitos dias de foco extenuante em tudo o que fizemos e da carência de sono, parece que assentou o processo de transformação que começou nesta viagem.

Se é para soltar as travas, que travas percebo que vão agora se soltando?

1- A trava da inteligência: 
Usamos a trava da inteligência para avaliar, analisar, comparar, tratar, julgar, definir, aceitar, não aceitar, negociar. E ela é acionada sempre, em todo lugar, com todas as pessoas, em casa, no trabalho, no trânsito, no aeroporto, no cliente.. O problema acontece quando esta trava não nos deixa perceber que, mais importante do que processar a nossa própria inteligência, é sintonizar a nossa inteligência com a inteligência dos outros. Sem esta sintonia, nossa inteligência pode impedir ou deturpar o que ouvimos e vemos da realidade do outro, e nem percebemos que estamos julgando antes de ouvir e criticando antes de entender.. Sem trava, minha inteligência aceita, se acalma e procura entender a sua, exatamente como ela é. Sintonia..

2- A trava do ego:
Nosso maior problema está nele, no ego. Ele é esperto, se esconde, mas está quase sempre aqui, alí, presente.. É o ego que nos tira do equilíbrio, é ele que nos leva a pensar que somos melhores do que os outros.. Ser ou não ser melhor do que os outros absolutamente não importa. O que importa é como nos relacionamos como os outros, com nossas qualidades e imperfeições. O que tem mais pontos fortes pode ajudar mais aos outros, o que tem mais pontos fracos deverá se superar, com ou sem ajuda dos outros. A presença consciente ou inconsciente do ego nos afasta uns dos outros, nos faz sofrer.. Ego deturpa, ego trai...

3- A trava do desejo:
Todos nós queremos várias coisas. Temos metas, desejos, vontades, trabalhamos para fazê-los, atingí-los e esta ação vigorosa, concentrada, focada e bem-preparada é vital para nos realizarmos pessoal e profissionalmente. O sentimento de "realização" (conseguimos, deu tudo certo!) é um dos melhores que podemos sentir! Mas quando o desejo de algo (inatingível? inapropriado? injusto? absurdo?) faz um sofrer - ou deixou de fazer sentido - é hora de parar, reavaliar, se aquietar. É hora de se abrir para sentir e definir novos desejos, novas metas.

4- A trava do apego, que leva ao stress:
Quanto mais apegada e controladora é a pessoa, mais "stress" ela sente. O acaso acontece, a mente mente, o ego não perdoa, a compulsão nos toma... e o corpo não aguenta.. Estressa, adoece, sofre.. Por que é tão difícil desapegar do desapegável?

Dar-se conta = liberdade, diz Marco Schultz. É exatamente isso... Sem travas, vejo a liberdade...