"eu sei" x "eu sinto" (melhor quando estão juntos)

Tudo que nos acontece hoje, sejam os fatos ou a compreensão / interpretação dos fatos, será de alguma forma utilizado no futuro. O quanto nos dedicamos ao estudo, à observação do nosso foco de estudo, ao trabalho, à observação do nosso foco de trabalho, à acumulação de experiências no nosso foco de trabalho,  à acumulação do conhecimento aplicado à realidade do que desenvolvemos no trabalho, tudo isso definirá os resultados que teremos profissionalmente amanhã, e depois, e depois.. E a sensação do "eu sei" (o que e como), quando correta, é vital para o progresso do papel que teremos, no contexto e na missão profissional que nos auto-definirmos.

O "eu sei" pressupõe acumulação, experiência, prática, conhecimento, dedicação, inteligência, perspicácia, discernimento, entendimento, compreensão. Tempo é naturalmente necessário. Temos mais chance de saber mais hoje do que ontem. Mas, comparativamente, tempo não é indispensável para o "eu sei". A inteligência, a perspicácia e o discernimento de cada um de nós, estas sim, são qualidades indispensáveis.

Por outro lado, o tempo é fundamental para que as qualidades do "eu sei" comecem a se mesclar. Isso acontece natural e homogeneamente, e, nessa hora, o "eu sei" começa a ser acompanhado pelo "eu sinto". Intuição? Alguns o chamariam assim, sim. Outros o veriam como sorte. Para outros, seria um chamado. Na prática, o "eu sinto" complementa e é um passo além do "eu sei", dando ao profissional a chance de tomar suas decisões com um grau de confiança muito superior ao que temos apenas pelo conhecimento. Por que? Porque as maiores decisões que tomamos são aquelas que abrangem situações novas, desconhecidas, desafiantes, onde o conhecimento e a prática acumulada não fecham os 100% de certeza que gostaríamos de ter no risco do processo decisório.

Este ano tem sido fundamental na minha história de vida, integral, e tenho notado o surgimento do "eu sinto" lado a lado com o "eu sei" nas minhas decisões. Minha confiança em situações novas está bem maior. Decidir o que fazer, quando fazer, com quem fazer, por que fazer, como fazer, para quem fazer, tudo isso ficou ao mesmo tempo mais complexo e mais simples. Mais complexo pelo conhecimento no trabalho: quanto mais o acumulamos, mais temos chance de nos aprofundar e prever "múltiplas" interações entre causas e consequências a partir de cada decisão. Mas mais simples pela maior confiança com que escuto o que sinto em relação a cada uma dessas possíveis interações..