Banyan tree no Recife |
E chego numa casa e sou atendida por um menino que me fala de uma árvore que ele tem muito medo de chegar perto.
E peço e ele para me
levar lá, e ele me leva com medo, e quando avisto a gigantesca árvore vejo que
é uma banyan tree, árvore sagrada na Índia por representar a vida eterna pela
infinita expansão de galhos que se transformam em troncos!
Banyan tree no sul da India |
E digo ao menino que chegaremos na árvore, e, maravilhada, ando rapidamente na frente, chego até ela, me inclino nela, e ele tira esta foto de baixo meio de longe.
A banyan tree e eu |
E vou contando a história daquela árvore, tal como a ouvi quando estava no outro lado do mundo. E mesmo com medo, mas agora mais seguro, ouvindo a minha voz tranquila e ganhando um conhecimento que não tinha, o menino se aproxima da árvore. Pouco a pouco, ainda cauteloso, ele vai enfrentando o medo que toda a vida teve.
E vejo que o que separa o medo dele da maravilha que sinto quando vejo uma banyan tree é o significado e o nível de conhecimento que ele e eu temos tão diferentes. Quanto medo se tem quando não se conhece o que se vê à frente...
E penso nos tantos medos que todos temos nos tantos momentos que vivemos. Medo de não conseguirmos o que queremos, medo de não sermos ouvidos, medo de não sermos queridos, medo de sermos feridos... Tantos são os medos que medo temos de ter medo!
E aí algo ou alguém fica frente a frente conosco e nos dá a chance de enfrentar o grande medo numa situação em que não há como escapar dele, do medo. E este algo ou este alguém nos dará uma chance de perder o medo, seja nos reassegurando de que tudo está bem (tal como fiz com aquele menino com medo) ou seja nos trazendo ainda mais terror e medo (e aí chegamos ao nosso limite e dizemos "não"!). Nesse momento, o medo desaparece, medroso que o medo é!
E o contrário do medo é a coragem. Coragem de seguir, coragem de fazer, coragem de trabalhar, coragem de ver e acreditar, coragem de realizar. Coragem por saber. Coragem por compartilhar. Coragem de ser feliz!
E felicidade para mim foi, naquele momento, junto àquele menino, encontrar uma banyan tree em pleno Recife! E felicidade ali foi mostrar ao menino que sentido não havia para todo aquele medo que ele sentia! E felicidade ali e aqui, então e agora, é poder viver, trabalhar, amar e me relacionar sendo um galho que vira um tronco, que gera galhos, que viram troncos... tal qual uma banyan tree...