O capital de risco não gosta do risco que tem no nome (mas as startups têm que mostrar o risco que é não resolver o problema que ajudam a resolver)

Toda história tem mais de um lado, mais de uma visão, mais de uma compreensão. Vivemos em contínuo estado de paralaxe, onde cada um vê o que vê a partir do local/momento/papel em que se encontra. E isto mais uma vez acontece quando ouço um jovem de uma startup corajosamente e publicamente se colocar como não atendido por um banqueiro de investimento.

Olho-o com empatia, vejo o quanto tem razão. Faltam recursos de risco no Brasil. Este quadro já  melhorou em relação a anos passados, mas o que é provido é insuficiente para atender e fomentar a criatividade tecnológica que pipoca no território brasileiro e, por vezes, morre sem dar frutos por não ter como subsistir. Risco real, o risco que vem com a startup que ainda não alcançou o X de faturamento exigido pelo investidor antes de fazer o investimento, este é abominado. O capital de risco não gosta do risco que tem no nome.



Mas... paralaxe... há o outro lado. Se os recursos são poucos, maior deve ser a inteligência das startups para a venda, não só aos clientes potenciais como também para um tipo especial de clientes: os investidores. Startups têm o desafio e a responsabilidade de gerar a vontade em quem tem os recursos para aplicá-los.

Por que você? Por que agora? 2 perguntas traduzem as principais preocupações (mutantes) do cliente e do investidor. A resposta de qualidade a elas, a demonstração que o custo do não investimento 'pode vir a ser' maior do que o custo do investimento é o X da questão.

Sim, porque investidores querem resultado. E competem entre si. Um projeto mal avaliado que passa indetectado pelo radar dos investidores é um prejuízo de quem não viu o seu potencial pelo ganho não realizado. Chorar o investimento não feito, o leite derramado, não é uma opção para o investidor.

2 lados, múltiplas visões. Mas numa visão a startup tem domínio: a decisão de se preparar para vender olhando através dos olhos do outro, cliente ou investidor. E isto é transformador. E nisto as ajudamos.