2019: o crescimento das empresas e startups de software, os 2 lados da força deste momento

Doce 2019. Que ano! A grande maioria amadureceu, cresceu, cada vez mais sabe onde quer e pode chegar e trabalha (muito) para isso. E é este amadurecimento, crescimento, foco, responsabilidade e trabalho competente (e dedicado) que contagia, aumenta as possibilidades e cria mais crescimento no país em recursão infinita.

Neste sentido, cada um pode dar o seu testemunho - e aqui darei o meu, especialmente em relação a este final de ano. Várias foram as viagens e os dias de pular refeições e dormir poucas horas pelo tanto a fazer. Menos escrevi, mas vários foram os encontros memoráveis, as reuniões extraordinárias, os cursos, consultorias, mentorias, bancas, avaliações de projetos, conversas com quem desenvolve, avalia, investe e promove políticas públicas para startups. Temos hoje um quebra-cabeça montado. Cada um tem o seu papel e sabe da oportunidade e da responsabilidade que tem. Maturidade!

E me perdoem os negativos que já estão pensando em "...mas...". Quem reclama não produz. Céticos não avançam. Ficam parados onde estão, retendo quem está ao lado, até verem que outros avançaram.

Enquanto isso, o nosso Brasil, bendito e forte, cresce com os resultados do trabalho de quem faz o que é certo e avança. Anteontem e ontem vi e vivi os 2 lados da força deste momento.

Anteontem ministrei Curso para uma equipe da Regional Recife do SERPRO, real propulsor da transformação digital no Brasil. Analistas e gerentes de desenvolvimento, dados, logística e segurança foram provocados a "olhar através dos olhos dos seus clientes" e a entender príncípios e fases da Engenharia de Vendas para reduzir pontos de gargalo e ampliar resultados com/para os seus clientes. Troca rica, prática, específica, detalhada!

E ontem estive na Banca de Avaliação com startups que finalizaram o 9o. Mind The Bizz do Porto Digital, também no Recife. Sendo bem executados, 2 dos 9 projetos apresentados terão futuro próspero. Têm equipes capacitadas, estão decididos e focados e já existe neles um nativo "olhar através dos olhos dos clientes".

Este perfil capacitado, decidido e focado no cliente é um diferencial para quem inicia ou mantém um projeto tecnológico. Para startups, é essencial. As ideias que surgem na incubação de startups podem atropelar uma às outras. São muitas as sugestões, as opiniões, as opções... Tantos apoios podem confirmar e evoluir os projetos (ótimo!) ou, por outro lado, causar nos empreendedores uma temporária indecisão: "pivotar? de onde? para onde?". Pivotar é comum e necessário, mas a falta de foco e prioridade para o que deve ser focado e prioritário leva a atrasos de desenvolvimento, perdas de tempo, esforço e capital das startups... Engana-se porém quem pensa que esta perda é completamente negativa. Não é.

Minha visão mais simplista hoje é que a vida é uma grande mesa de sinuca. Os alvos e os meios estão à vista, mas para jogar você precisa de "um taco, uma tacada fluida e uma mira precisa". Se a mira e a tacada não forem perfeitas, a bola colorida que miro não cairá na caçapa. Baterá nas laterais da mesa, estacionará em outra posição, e esta nova posição da bola colorida poderá ser positiva para quem joga comigo, que terá a vez. O mesmo acontecerá com ele: sem mira e tacada perfeitas, a mesa seguinte poderá me ser vantajosa, ainda mais vantajosa que antes. As posições das bolas mudaram, mas mudaram a meu favor!

Meu papel como capacitadora, mentora e avaliadora é ajudar e verificar a qualidade do taco (o produto, a tecnologia), a tacada (a capacidade da equipe) e a mira (o foco, o conhecimento do problema e a definição do público-alvo para o negócio) das empresas, tanto das grandes como das nascentes. E sempre lembrá-las que quem joga é cada ele/ela que participa e representa cada uma delas.

Vou fazer perguntas e cobrar respostas de qualidade. Vou inserir o cliente como núcleo central do desenvolvimento e da venda. Vou mostrar melhores práticas, "como". Mas não vou responder à pergunta "o que você acha que devemos fazer?" (e esta é uma pergunta frequente que ouço). Ao contrário, farei perguntas de volta que os levarão a refletir e a encontrar o melhor caminho pelos olhos deles:
  • onde está o maior problema? 
  • onde está quem tem este problema? 
  • onde está sua maior competência?
  • por que você?
  • por que agora?
Vou lembrá-los que a mira (o foco, o conhecimento do problema e a definição do público-alvo para o negócio) deve ser precisa e baseada em evidências, fatos, testes. O preparo será condição, o despreparo não será bem-vindo. A inclusão e a verdade dos fatos será continuamente exigida, narrativas e estimativas que manipulam a verdade não serão aceitas. O apreço e a fidelidade à verdade separam vencedores de perdedores, quero meus clientes e mentorados vencedores!

O tradicional foco no produto - e não no problema dos clientes, que é a causa e a origem para o desenvolvimento e a venda de projetos e produtos - tem distanciado empresas e startups de seus clientes reais e potenciais. 2019 foi ano de guinada em direção contrária e aceleração. Afinal, transformação digital e inovação aberta começam com a transformação "humana" - e olhar através dos olhos dos clientes é causa e parte desta transformação.


PS:
Feliz Natal a todos!
Feliz 2020 para cada um! Juntos estamos e seguimos, focados e dedicados!
2019 querido, gratidão! Bela herança você passa para 2020!