- Tudo é uma questão de prioridade.
- "Toda escolha gera uma ou mais renúncias."
- O único momento de liberdade é o da decisão. O momento seguinte já traz consequências.
- ... (silêncio)
A conversa recomeça logo em seguida, naquela mesma tarde. Toda decisão é uma escolha entre fazer ou não fazer, seguir por este ou aquele caminho, prever qual decisão será a mais feliz.
À noite vejo uma entrevista de Dr. Robert Lustig, médico de New York especialista em Neuroendocrinologia, escritor e professor emérito da UCSF-Universidade da Califórnia em São Francisco, conhecido autor de frases de impacto como "todos os caminhos levam ao metabolismo". Desta vez ele nos fala que entramos em crise porque partimos de um erro comum: "erramos na interpretação de duas das mais positivas emoções humanas, o prazer e a felicidade".
Lembro da conversa da tarde sobre tempo e prioridades, decisões e felicidade. Haveria caminho para o metabolismo também ali?
"Prazer não é felicidade", alerta-nos Dr. Lustig. Ele explica que há 7 diferenças entre o prazer e a felicidade:
- o prazer é curto; a felicidade é longa
- o prazer é visceral; a felicidade é etérea
- o prazer é tomar; a felicidade é dar
- o prazer pode ser atingido com substâncias; a felicidade não
- o prazer é individual; a felicidade é compartilhada
- em comportamentos ou substâncias, extremos de prazer levam a vícios; não existe vício na felicidade
- o prazer gera a dopamina; a felicidade gera a serotonina
A serotonina não é excitatória, não existe overdose de felicidade. É considerada um estabilizador natural de humor e impacta emoções a habilidades motoras. É um neurotransmissor que nos ajuda a dormir e a digerir, regula a ansiedade, modula a cognição, a recompensa, a aprendizagem e a memória, provendo-nos de contentamento, estado de satisfação e plenitude.
Mas há algo que regula a serotonina para baixo: sim, ela, a dopamina... E este é o maior alerta de Dr. Lustig: quanto mais se busca o prazer, menos felicidade se sente...