Faça algo extraordinário

Cada frase dele começava com "eu". Cada comentário dela também trazia "eu" aqui, "eu" ali... Não se davam conta do tempo que perdiam pouco ouvindo e pouco entendendo onde estavam, o que faziam, para que faziam o que faziam, para quem faziam o que faziam.

Conhece alguém assim? Relacionamento, empatia, negócio, capacitação, compra e venda... o "eu" está sempre acompanhado, nunca está só. Quem muito fala "eu" pouco ouve e vê o outro. Autocentrado, com ego super elevado, bem intencionado até (mas ingênuo, desatento e desavisado), aquele que começa cada frase com "eu" se sente seguro no seu auto contexto. Previsível e repetitivo, traz para si um foco indevido que parcialmente sabota seu entendimento e um relacionamento que poderia nascer e se manter com mais "você" e "nós" ao invés de "eu".

"Eu espero que...", diz ela, falando a alguém que chega necessitando ajuda. Uma sucessão de "eu" certamente se seguiria. Interrompo-a suavemente. "Você conseguirá, se assim decidir", asseguro a quem agora me ouve, surpreso e confiante pela minha confiança "nele".

Faça algo extraordinário. Supere-se! Estude, inove, crie, dedique-se, abra-se, acolha, pense, vire noite, organize-se, faça bem o bem, seja o motor da sua própria aceleração. Você conseguirá, se assim se decidir.

Quem olha pelos olhos do outro pode prever o que o outro ainda não viu...